Desenvolvimento de um medicamento brasileiro nanoencapsulado para o tratamento da esquistossomose

Autores

  • Laís Bastos da Fonseca Fundação Oswaldo Cruz / Fiocruz . Universidade Federal do Rio de Janeiro, Programa de Engenharia Química da COPPE.
  • Alessandra Lifsitch Viçosa Fundação Oswaldo Cruz / Fiocruz
  • Ana Carolina Alves Mattos Centro de Pesquisa René Rachou / Fiocruz
  • Paulo Marcos Zech Coelho Centro de Pesquisa René Rachou / Fiocruz
  • Neusa Araújo Centro de Pesquisa René Rachou / Fiocruz
  • Helena Pereira da Silva Zamith Fundação Oswaldo Cruz / Fiocruz
  • Nadia Maria Volpato Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade de Farmácia, Departamento de Produção e Controle de Medicamentos
  • Márcio Nele Universidade Federal do Rio de Janeiro, Programa de Engenharia Química da COPPE
  • José Carlos Costa da Silva Pinto Universidade Federal do Rio de Janeiro, Programa de Engenharia Química da COPPE

DOI:

https://doi.org/10.3395/vd.v1n4.111

Palavras-chave:

Nanopartículas, praziquantel, polimerização em miniemulsão, parcerias de desenvolvimento, esquistossomose

Resumo

A esquistossomose é uma doença parasitária que, segundo a Organização Mundial da Saúde, é um dos principais problemas de saúde pública associados à morbidade severa, sendo boa parte crianças. A administração de medicamentos em crianças constitui uma tarefa difícil, principalmente quando não há formulações pediátricas, quando altas doses de fármaco são requeridas e o fármaco apresenta um sabor amargo, como é o caso do praziquantel. Nanopartículas poliméricas são sistemas promissores para o desenvolvimento de fármacos com baixa hidrossolubilidade e gosto ruim, apresentam estabilidade físico-química, biocompatibilidade e fáceis processos de produção. Podem ainda proporcionar o aumento da biodisponibilidade e redução da variabilidade do tratamento entre pacientes. O polímero poli(metacrilato de metila) com o praziquantel encapsulado foi sintetizado pelo processo de polimerização em miniemulsão para compor uma suspensão farmacêutica pediátrica. As nanopartículas foram caracterizadas em termos das propriedades físico-químicas, toxicológicas e da atividade biológica em camundongos. Os resultados encontrados foram satisfatórios, taxa de encapsulamento de 90%, ausência de interação química fármaco - polímero e presença de atividade biológica. Uma abordagem colaborativa foi utilizada para este desenvolvimento, envolvendo parcerias nacionais e mecanismos de financiamento independentes, uma maneira nova e poderosa de desenvolver medicamentos para doenças negligenciadas.

Biografia do Autor

Laís Bastos da Fonseca, Fundação Oswaldo Cruz / Fiocruz . Universidade Federal do Rio de Janeiro, Programa de Engenharia Química da COPPE.

Graduada em Farmácia Industrial pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2003), Mestre em Ciências Farmacêuticas pela Faculdade de Farmácia da UFRJ, atualmente aluna de doutorado do Programa de Engenharia Química da COOPE - UFRJ. Atualmente é Tecnologista da Fundação Oswaldo Cruz (desde 2006) alocada na Vice Presidência de Produção e Inovação em Saúde - VPPIS onde Coordena o Cento de Bioequivalência LAB-SEFAR e Equivalência Farmacêutica CEF/EQFAR 040. Tem experiência na área de Farmácia, com ênfase em controle de qualidade, desenvolvimento e validação analítica. Sua tese de mestrado baseou-se no desenvolvimentode método de dissolução para suspensão oral de Nimesulida; no doutorado trabalhou na área de nanotecnologia onde foi realizada a polimerização in situ de nanopartículas poliméricas contendo fármacos para o tratamento da esquistossomose.

 

CV: http://lattes.cnpq.br/3745231794527528

Alessandra Lifsitch Viçosa, Fundação Oswaldo Cruz / Fiocruz

Possui graduação em Farmácia Industrial pela Universidade Federal Fluminense (1996), mestrado em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2003) e doutorado em Ciência e Tecnologia de Polímeros pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2010). Atualmente é professor no Curso Técnico de Agentes de Vigilância em Saúde da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (Fiocruz), professor convidado na modalidade à distância da École des Mines dAlbi-Carmaux (França),Tecnologista em Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz atuando como pesquisadora e docente. Tem experiência na área de Farmácia, com ênfase em Tecnologia Farmacêutica, atuando principalmente nos seguintes temas: caracterização de insumos e produtos farmacêuticos, desenvolvimento tecnológico de formulações farmacêuticas e nanotecnologias. Experiência em Tecnologias Educacionais voltada para a área de Tecnologias Industriais Farmacêuticas.

Ana Carolina Alves Mattos, Centro de Pesquisa René Rachou / Fiocruz

Atualmente é bolsista de Pós-Doutorado Junior/ CNPq, possui doutorado (2011) e mestrado (2006) em Ciências da Saúde área Doenças Infecciosas e Parasitárias pelo Centro de Pesquisa René Rachou e graduação (2003) em Ciencias pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Possui experiência na área de Doenças Infecciosas e Parasitárias, com ênfase em Esquistossomose, atuando principalmente nos seguintes temas: interação parasito/ hospedeiro intermediário, resistência da Biomphalaria ao Schistosoma mansoni, resistência do S. mansoni ao praziquantel e terapêutica experimental.

Paulo Marcos Zech Coelho, Centro de Pesquisa René Rachou / Fiocruz

Possui graduação em Farmácia pela Universidade Federal de Minas Gerais (1968), Mestrado em Curso de Pós-Graduação em Parasitologia - ICB/UFMG pela Universidade Federal de Minas Gerais (1974) e Doutorado em Curso de Pós-Graduação em Parasitologia - ICB/UFMG pela Universidade Federal de Minas Gerais (1977). Recebeu a Comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico (2008). Atualmente é Pesquisador Titular/Chefe Laboratório de Esquistossomose do Centro de Pesquisas René Rachou/ Fundação Oswaldo Cruz. Formação na área de Parasitologia, com ênfase em Helmintologia, atuando principalmente nas seguintes linhas de pesquisa: mecanismos da interação Schistosoma mansoni/Biomphalaria e S. mansoni/hospedeiros vertebrados de laboratório, aperfeiçoamento do diagnóstico parasitológico e imunológico na esquistossomose mansoni, epidemiologia e controle da esquistossomose em áreas de baixa endemicidade, imunopatologia da esquistossomose em modelos experimentais, desenvolvimento de novas drogas esquistossomicidas e efeitos sinérgicos da associação entre compostos com ação conhecida, desenvolvimento de um modelo de controle da esquistossomose com a introdução de linhagem resistente de Biomphalaria tenagophila em áreas endêmicas com a transmissão mantida por esta espécie, desenvolvimento do S. mansoni no hospedeiro vertebrado e invertebrado.

Neusa Araújo, Centro de Pesquisa René Rachou / Fiocruz

Graduada em Farmácia e Bioquímica pela Universidade Federal de Minas Gerais, Mestrado em Parasitologia pela Universidade Federal de Minas Gerais e Doutorado em Ciências da Saúde pelo Centro de Pesquisa René Rachou - FIOCRUZ. Pesquisador do Laboratório de Esquistossomose do Centro de Pesquisas René Rachou - FIOCRUZ. Experiência na área de Parasitologia com ênfase em Helmintologia, atuando nas seguintes linhas de pesquisa: Terapêutica Experimenmtal da Esquistossomose mansoni; Profilaxia Experimental da Esquistossomose mansoni, englobando os seguintes temas: Schistosoma mansoni, esquistossomose, agentes esquistossomicidas, resistência aos esquistossomicidas, associação de fármacos.

Helena Pereira da Silva Zamith, Fundação Oswaldo Cruz / Fiocruz

Possui graduação em Farmácia Industrial pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1977), mestrado em Biologia Celular e Molecular pela Fundação Oswaldo Cruz (1996) e doutorado em Biologia Celular e Molecular pela Fundação Oswaldo Cruz (2003). Atualmente é pesquisadora titular U III da Fundação Oswaldo Cruz e Chefe do Laboratório de Farmacologia do Departamento de Farmacologia e Toxicologia do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS). Tem experiência na área de Toxicologia Genética, atuando principalmente nos seguintes temas: genotoxicidade e mutagenicidade em células de mamífero "in vitro" e "in vivo", dentre eles o ensaio Cometa, bem como, na área de Farmacologia com métodos "in vivo" e "in vitro" em preparações de órgãos isolados e em cultura de células.

Nadia Maria Volpato, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade de Farmácia, Departamento de Produção e Controle de Medicamentos

Possui graduação em Farmacêutico Industrial pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1984), mestrado em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1989) e doutorado em Chimica e Scienze Farmaceutiche - Universita degli Studi di Pavia-Parma, Itália (1996). Atualmente é Professor Associado III da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, após ter atuado até 2005 na Faculdade de Farmácia da UFRJ. Tem experiência na área de Farmácia, com ênfase em Análise e Controle de Medicamentos, atuando principalmente nos seguintes temas: dissolução e liberação de medicamentos sólidos e semi-sólidos, controle de qualidade, validação de métodos analíticos e correlação in vivo-in vitro.

Márcio Nele, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Programa de Engenharia Química da COPPE

Possui graduação em Engenharia Química pela Universidade Federal da Bahia (1992), mestrado em Engenharia Química pela Universidade Federal da Bahia (1995) e doutorado em Engenharia Química pela Coordenação dos Programas de Pós Graduação Em Engenharia (2000). Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal do Rio de Janeiro . Tem experiência na área de Engenharia Química, com ênfase em Polímeros, Emulsões, Estatística e Segurança de Processos.

José Carlos Costa da Silva Pinto, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Programa de Engenharia Química da COPPE

Possui graduação em Engenharia Química pela Universidade Federal da Bahia (1985), mestrado em Engenharia Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1987) e doutorado em Engenharia Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1991). Atualmente é professor Titular do Programa de Engenharia Química da COPPE, Universidade Federal do Rio de Janeiro, e Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Química do Instituto Militar de Engenharia. É membro dos comitês editoriais das revistas Macromolecular Reaction Engineering, Macromolecular Materials and Engineering e Canadian Journal of Chemical Engineering, publicadas pela Wiley. É também membro do comitê editorial da revista Polímeros: Ciência e Tecnologia, editada pela ABPol. É membro titular da Academia Brasileira de Ciências desde 2010. Tem experiência na área de Engenharia Química, com ênfase geral em reatores químicos, e ênfase particular na área de modelagem, simulação e controle de sistemas de polimerização. Já publicou mais de 270 artigos técnicos em revistas científicas e conta com mais de 1800 citações nas bases "Web of Science" e "Scopus" (sendo 1100 totalmente independentes), com fator H igual a 25 (em 29/12/2012).

Publicado

2013-11-29

Como Citar

da Fonseca, L. B., Viçosa, A. L., Mattos, A. C. A., Coelho, P. M. Z., Araújo, N., Zamith, H. P. da S., Volpato, N. M., Nele, M., & Pinto, J. C. C. da S. (2013). Desenvolvimento de um medicamento brasileiro nanoencapsulado para o tratamento da esquistossomose. Vigil Sanit Debate, Rio De Janeiro, 1(4), 85–91. https://doi.org/10.3395/vd.v1n4.111