Eventos adversos a medicamentos entre idosos no Brasil antes e após o início da pandemia da COVID-19

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22239/2317-269x.02045

Palavras-chave:

Idoso, Efeitos Colaterais e Reações Adversas Relacionados a Medicamentos, Sistemas de Notificação de Reações Adversas a Medicamentos, COVID-19

Resumo

Introdução: Danos decorrentes de eventos adversos relacionados a medicamentos (EAM) estão entre os mais frequentes no mundo. Logo, seu monitoramento é essencial, especialmente entre os idosos que apresentam maior risco de sofrer tais danos. Adicionalmente, a pandemia da COVID-19, a sua elevada incidência entre idosos e o uso frequente de medicamentos off-label reforçaram a importância do monitoramento de EAM nessa população. Objetivo: Descrever as suspeitas de EAM entre idosos no Brasil antes e após o início da pandemia por COVID-19. Método: Foi realizada a descrição das suspeitas de EAM notificadas no sistema VigiMed da Agência Nacional de Vigilância Sanitária envolvendo idosos (idade ≥ 65 anos) no período pré-pandemia (01/2019 a 03/2020) e pós-início da pandemia (04/2020 a 06/2021). A diferença entre a proporção de EAM graves entre os períodos foi avaliada mediante teste qui-quadrado de Pearson. Resultados: Foram notificadas 57.167 suspeitas de EAM no período global avaliado; 22,2% envolviam idosos. No período pré-pandemia, 2.924 suspeitas de EAM foram notificadas (44,2% eram EAM graves), destacando-se aquelas envolvendo antineoplásicos, antimicrobianos e anticoagulantes. No período pós-início da pandemia, 9.771 suspeitas de EAM foram notificadas (57,5% graves), destacando-se a hidroxicloroquina e as vacinas contra a COVID-19. A diferença na proporção de suspeitas de EAM graves notificadas para idosos entre os períodos avaliados foi estatisticamente significativa (p < 0,001). Conclusões: Notificações de EAM e estudos que avaliem EAM entre idosos são essenciais para gerar informações que possam subsidiar a otimização da farmacoterapia e a priorização de redução de danos entre eles, sobretudo no contexto pandêmico que afeta consideravelmente essa população.

 

Biografia do Autor

Bruna Gomes de Souza, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil

Cristiane de Paula Rezende, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil

Kirla Barbosa Detoni, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil

Helaine Carneiro Capucho, Universidade Federal de Brasília (UnB), Brasília, DF, Brasil

Mário Borges Rosa, Fundação Hospitalar de Minas Gerais (FHEMIG), Belo Horizonte, MG, Brasil

Nelson Machado do Carmo Júnior, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil

Mariana Martins Gonzaga do Nascimento, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil

Publicado

2022-08-31

Como Citar

Souza, B. G. de, Rezende, C. de P., Detoni, K. B., Capucho, H. C., Rosa, M. B., Carmo Júnior, N. M. do, & Nascimento, M. M. G. do. (2022). Eventos adversos a medicamentos entre idosos no Brasil antes e após o início da pandemia da COVID-19. Vigil Sanit Debate, Rio De Janeiro, 10(3), 13–21. https://doi.org/10.22239/2317-269x.02045

Edição

Seção

Artigo