Distribuição espacial do escorpionismo em áreas urbanas próximas a cemitérios: análise de Mogi Mirim, SP (2018–2022)
Vigil Sanit Debate, Rio de Janeiro, 2025, v.13: e02411 | Publicado em: 09/12/2025
DOI:
https://doi.org/10.22239/2317-269X.02411Palavras-chave:
Envenenamento por Escorpião, Distribuição Espacial, Perfil Epidemiológico, Animais PeçonhentosResumo
Introdução: O escorpionismo é uma preocupação crescente de saúde pública no Brasil, com aumento significativo em áreas urbanas nas últimas décadas. Objetivo: analisar a distribuição espacial dos acidentes escorpiônicos em áreas urbanas de Mogi Mirim, SP, entre 2018 e 2022, explorando a relação entre a proximidade dos cemitérios e a ocorrência dos acidentes. Método: Foram incluídos acidentes ocorridos em residências localizadas em um raio de 5 Km de cada cemitério, com a elaboração de mapas de Kernel e o cálculo das distâncias entre os cemitérios e os acidentes. Testou-se a correlação entre o número de casos e a distância, além de avaliar a distância como preditora da ocorrência de acidentes (IC95%). Resultados: Do total de acidentes, 75% ocorreram a distâncias superiores a 1.250 m dos cemitérios, sem evidência de correlação ou efeito preditivo significativo da proximidade. Os mapas revelaram núcleos de calor dispersos de forma heterogênea, sugerindo que fatores ambientais e antropogênicos podem ser mais determinantes para a dispersão dos escorpiões do que a proximidade dos cemitérios. Conclusões: Assim, não foi possível concluir que a proximidade, de forma isolada, seja um fator de risco importante para o escorpionismo no município.
Downloads
Referências
1. Ministério da Saúde (BR). Sistema de informação de agravos de notificação (Sinan). Brasília: Ministério da Saúde; 2023[acesso 11 jun 2023]. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sinannet/cnv/animaisbr.def
2. Santos GAS, Couto RM, Boing AC, Boing A. Trends in occurrences of accidents by venomous animals in Brazil: analysis of notifications from 2007 to 2021. Rev Cienc Plur. 2023;9(2):1-20.https://doi.org/10.21680/2446-7286.2023v9n2ID32205
3. Ministério da Saúde (BR). Manual de controle de escorpiões. Brasília: Ministério da Saúde; 2009[acesso 11 jun 2023]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_controle_escorpioes.pdf
4. Guerra-Duarte C, Saavedra-Langer R, Matavel A, Oliveira-Mendes BBR, Chavez-Olortegui C, Paiva ALB. Scorpion envenomation in Brazil: Current scenario and perspectives for containing an increasing health problem. PLoS Negl Trop Dis. 2023;17(2):1-29.https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0011069
5. Barbosa AD, Silva JA, Cardoso MFEC, Meneses JNC, Cunha MCM, Haddad JPA et al. Distribuição espacial de acidentes escorpiônicos em Belo Horizonte, Minas Gerais, 2005 a 2009. Arq Bras Med Vet Zootec. 2014;66(3):721-30.https://doi.org/10.1590/16784162-7116
6. Pereira M, Pereira IB, Bissoli AC, Moura CJM de, Menezes SEV, Simões G. Distribuição espacial do escorpionismo em São Roque, SP, Brasil. Sci Vitae. 2015;2(7):61-8.
7. Ferraz SC. Descrição da ocorrência e da distribuição espacial e temporal de escorpiões na cidade de São Paulo, SP, Brasil [Dissertação mestrado]. São Paulo: Universidade Estadual de São Paulo; 2022[acesso 11 jun 2023]. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6142/tde-02122022-143123/publico/FerrazSC_Deposito_final_Revisado.pdf
8. Hidan MAE, Kahime K, Laaradia MA, Bouimeja B, Aabadi F, Mansour AA et al. Climate change, scorpion ecology, and envenomation: what are the links? In: Information Resources Management Association –IRMA, editor. Research anthology on environmental and societal impacts of climate change. Hershey: IGI Global; 2022[access 9 maio 2024]. p. 975-89. Disponível em: https://www.igi-global.com/chapter/climate-change-scorpion-ecology-and-envenomation/www.igi-global.com/chapter/climate-change-scorpion-ecology-and-envenomation/293940
9. Faria M, Pereira B, Silva V. Análise de dados espaciais dos casos de escorpionismo em Uberlândia, Minas Gerais. Uberlândia: Colab; 2022[acesso 9 maio 2024]. Disponível em: https://img1.wsimg.com/blobby/go/f259b81cfa9a-44d1-8947-ca1ec8d9b5d2/downloads/LIVRO%20-%20An%C3%A1lise%20de%20dados%20espaciais%20dos%20casos%20d.pdf?ver=1670362955690
10. Kotviski BM, Barbola IF. Aspectos espaciais do escorpionismo em Ponta Grossa, Paraná, Brasil. Cad Saúde Pública.2013;29(9):1843-58.https://doi.org/10.1590/0102-311X00043712
11. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Malha de setores censitários. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2022[acesso 29 mar 2024]. Disponível em:https://www.ibge.gov.br/geociencias/organizacao-doterritorio/estrutura-territorial/26565-malhas-de-setorescensitarios-divisoes-intramunicipais.html
12. RStudio Team. RStudio: Integrated Development Environment for R. Posit. 2024[acesso 27 out 2024].Disponível em: https://www.posit.co/
13. Guerra RO, Gonçalves DA, Moretti B, Bresciani KDS. Prevention, surveillance, and scorpion accident control: an integrative review. Res Soc Dev. 2022;11(10):1-20.https://doi.org/10.33448/rsd-v11i10.32302
14. Rosa MS, Mesquita PE, Pugliesi EA. Distribuição espacial dos acidentes escorpiônicos em crianças e adolescentes entre 2015 e 2020 no município de Presidente Prudente-SP. Colloq Vitae. 2022;14(1):32-43.https://doi.org/10.5747/cv.2022.v14.v346
15. Chiaravalloti-Neto F, Lorenz C, Lacerda AB, Azevedo TS, Cândido DM, Eloy LJ et al. Spatiotemporal bayesian modelling of scorpionism and its risk factors in the state of São Paulo, Brazil. PLoS Negl Trop Dis. 2023;17(6):1-17.https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0011435
16. Brasil J, Zumkeller S, Brites-Neto J. Historical Profile of Scorpion in Americana, São Paulo, Brazil. Hygeia. 2013;9(17):158-67. https://doi.org/10.14393/Hygeia923044
17. Santos A, Albuquerque C. Behavioural changes in Tityus stigmurus (Thorell, 1876) (SCORPIONES: BUTHIDAE) exposed to a pyrethroid insecticide. J Ethol. 2020;38:301-10.https://doi.org/10.1007/s10164-020-00651-5
18. Szilagyi-Zecchin V, Fernandes AL, Castagna CL, Voltolini J. Abundance of scorpions Tityus serrulatus and Tityus bahiensis associated with climate in urban area (Scorpiones, Buthidae). Indian Soc Arachnol. 1o de janeiro de 2012;1:15–23.
19. Uslu A, Baris M, Erdoan E. Ecological concerns over cemeteries. Afr J Agric Res. 2009;4(13):1-7.
20. Brasil J, Brites-Neto J. Avaliação da mobilidade de escorpiões Tityus serrulatus em área de infestação urbana de Americana, São Paulo, Brasil. J Health Biol Sci. 2018;7(1):21-5. https://doi.org/10.12662/2317-3076jhbs.v7i1.2279.p21-25.2019
21. Stockmann R. Introduction to scorpion biology and ecology. In: Gopalakrishnakone P, Ferroni Schwartz E, Possani LD, Rodríguez de la Vega RC, organizadores. Scorpion venoms: scorpion venoms. Dordrecht: Springer; 2021[acesso 26 out 2024]. Disponível em:https://doi.org/10.1007/978-94-007-6647-1_14-1
22. Brites Neto J. Atividade escorpionicida de metabólitos secundários de Paecilomyces formosus em bioensaios in vivo com Tityus serrulatus Lutz & Mello, 1922 (Scorpiones: Buthidae) [tese doutorado]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2017[acesso 29 ago 2024].Disponível em:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11138/tde-27102017-091703/
23. Freitas LS, Moura FR, Buffarini R, Feás X, Silva Júnior FMR. The relationship and consequences of venomous animal encounters in the context of climate change. Integr Environ Assess Manag. 2024;20(3):589-91.https://doi.org/10.1002/ieam.4919
24. Sallay Á, Tar IG, Mikházi Z, Takács K, Furlan C, Krippner U. The role of urban cemeteries in ecosystem services and habitat protection. Plants. 2023;12(6):1-22.https://doi.org/10.3390/plants12061269
25. Lira AFA, Badillo-Montaño R, Lira-Noriega A, Albuquerque CMR. Potential distribution patterns of scorpions in north-eastern Brazil under scenarios of future climate change. Austral Ecol. 2020;45(2):215-28.https://doi.org/10.1111/aec.12849
Downloads
Publicado
Declaração de Disponibilidade de Dados
Os dados utilizados para a realização deste estudo estão disponíveis mediante solicitação ao autor correspondente e são compartilhados de acordo com as políticas de privacidade e ética em pesquisa. No momento, os dados não estão depositados em repositórios públicos.
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Vigilância Sanitária em Debate

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
TERMO DE CESSÃO DE DIREITOS AUTORAIS O(s) autor(es) doravante designado(s) CEDENTE, por meio desta, cede e transfere, de forma gratuita, a propriedade dos direitos autorais relativos à OBRA à REVISTA Vigilância Sanitária em Debate: Sociedade, Ciência & Tecnologia (Health Surveillance under Debate: Society, Science & Technology) – Visa em Debate e, representada por FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, estabelecida na Av. Brasil, nº 4365, Manguinhos, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, CEP 21045-900, doravante designada CESSIONÁRIA, nas condições descritas a seguir: 1. O CEDENTE declara que é (são) autor(es) e titular(es) da propriedade dos direitos autorais da OBRA submetida. 2. O CEDENTE declara que a OBRA não infringe direitos autorais e/ou outros direitos de propriedade de terceiros, que a divulgação de imagens (caso as mesmas existam) foi autorizada e que assume integral responsabilidade moral e/ou patrimonial, pelo seu conteúdo, perante terceiros. 3. O CEDENTE cede e transfere todos os direitos autorais relativos à OBRA à CESSIONÁRIA, especialmente os direitos de edição, de publicação, de tradução para outro idioma e de reprodução por qualquer processo ou técnica. A CESSIONÁRIA passa a ser proprietária exclusiva dos direitos referentes à OBRA, sendo vedada qualquer reprodução, total ou parcial, em qualquer outro meio de divulgação, impresso ou eletrônico, sem que haja prévia autorização escrita por parte da CESSIONÁRIA. 4. A cessão é gratuita e, portanto, não haverá qualquer tipo de remuneração pela utilização da OBRA pela CESSIONÁRIA.



