Crack e internação compulsória em debate: impactos da comunicação e informação na vigilância

Autores

  • Wilson Couto Borges Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnologia em Saúde, Fundação Oswaldo Cruz (ICICT/Fiocruz), Rio de Janeiro, RJ Autor
  • Vânia Quintanilha Borges Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnologia em Saúde, Fundação Oswaldo Cruz (ICICT/Fiocruz), Rio de Janeiro, RJ Autor

DOI:

https://doi.org/10.22239/2317-269X.00607

Palavras-chave:

Crack, Internação Compulsória, SUS, Comunicação e Informação

Resumo

Paradigma sanitário ou criminal? Comunidades terapêuticas ou instituições de atenção às pessoas com transtornos decorrentes de substâncias psicoativas? O ponto de partida para esta reflexão é a assertiva de que os meios massivos de informação se revestiram num singular espaço de oferta de sentidos sobre o mundo, em geral, e a saúde, em particular. Um dos efeitos desse processo é a influência que tais construções noticiosas exercem sobre a população. Com esta perspectiva mapeou-se notícias, reportagens e artigos de opinião, em torno do crack e do PL no 7.663 – cuja ênfase recaia sobre a Internação Compulsória – presentes no jornal O Globo, no ano de 2013. Ao tomarmos os construtos jornalísticos como objeto de investigação, tornou-se possível verificar o quanto, sob o signo de uma “epidemia de crack”, o periódico produziu enunciados que defendiam mudanças na legislação. Em meio a esse debate e a um conjunto de contradições nele inscritos, a secundarização do modelo psicossocial de atendimento emerge como resultado de um enfraquecimento dos instrumentos de vigilância do Estado, especialmente porque várias ações do campo sanitário ficariam de fora da auditagem do Ministério da Saúde, suprimindo a estabilidade e a transparência que uma regulação em consonância com o Sistema Único de Saúde enseja. A conclusão do presente trabalho é que a imprensa “sugere” que, a despeito de ferir alguns princípios legais, a Internação Compulsória era o melhor caminho para conter o aumento do uso de crack.

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Biografia do Autor

  • Wilson Couto Borges, Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnologia em Saúde, Fundação Oswaldo Cruz (ICICT/Fiocruz), Rio de Janeiro, RJ
    Pesquisador em Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz. Professor Assistente do Curso de Comunicação Social da Universidade Salgado de Oliveira. Doutor em Comunicação, Mestre em Ciência Política e Especialista em História do Brasil, todos pela Universidade Federal Fluminense. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Ciência Política, História, Psicanálise e Saúde, atuando principalmente nos seguintes temas: mídia, observatório, análise política, memória, análise de discurso, educação e psicologia social. Atualmente, é coordenador do Laboratório de Pesquisa em Comunicação e Saúde da Fundação Oswaldo Cruz e professor convidado do Programa de Pós-Graduação em Informação, Comunicação e Saúde (PPGICS), da Fundação Oswaldo Cruz.
  • Vânia Quintanilha Borges, Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnologia em Saúde, Fundação Oswaldo Cruz (ICICT/Fiocruz), Rio de Janeiro, RJ
    Psicóloga Clínica. Mestre em Comunicação e Saúde pelo Programa de Pós-Graduação em Informação, Comunicação e saúde, da Fundação Oswaldo Cruz

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Publicado

2016-11-25

Como Citar

Crack e internação compulsória em debate: impactos da comunicação e informação na vigilância. (2016). Vigilância Sanitária Em Debate , 4(4), 80-87. https://doi.org/10.22239/2317-269X.00607

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