A fluoretação das águas de abastecimento público: uma análise a partir do princípio da equidade

Autores

Palavras-chave:

Equidade em Saúde; Saúde Pública; Fluoretação; Saúde Bucal

Resumo

Introdução: A fluoretação das águas de abastecimento público representa uma importante medida de saúde pública para prevenção da cárie dentária, devendo ser monitorada quanto ao teor de fluoreto em dose ideal, bem como em relação ao seu alcance populacional na perspectiva de reduzir as desigualdades e proporcionar benefícios em saúde bucal. Objetivo: O estudo avaliou a equidade na distribuição de água fluoretada na cidade de Manaus/AM, por meio da relação entre indicadores contextuais de desenvolvimento municipal e os teores de fluoreto na água de abastecimento dos bairros que compõem os distritos sanitários da cidade. Método: Realizou-se estudo ecológico transversal no período de 2016 a 2018. Amostras de água foram coletadas mensalmente de cada distrito sanitário, cujas concentrações de fluoreto foram determinadas utilizando-se um eletrodo específico. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), mortalidade Infantil, número de crianças fora da escola e expectativa de vida representaram os indicadores contextuais do município, obtidos a partir do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. Os dados foram submetidos a uma análise descritiva, estatística bivariada e análise espacial. Resultados: Observou-se grande variação nos teores de fluoreto das amostras, das quais 50,02% apresentaram concentrações de fluoreto inadequadas e as maiores concentrações predominaram nas amostras coletadas no segundo semestre do ano. A distribuição espacial indicou que os bairros com melhores valores de IDHM,  mortalidade infantil, número de crianças fora da escola e expectativa de vida apresentaram melhor concentração de fluoreto na água de abastecimento. Conclusões: Evidenciou-se a ausência de equidade na distribuição de água fluoretada, sugerindo que o acesso à água fluoretada reflete as desigualdades sociais presentes na própria cidade.

Biografia do Autor

Maria Augusta Bessa Rebelo, Faculdade de Odontologia, Universidade Federal do Amazonas, Manaus, AM, Brasil

Possui graduação em Odontologia pela Universidade Federal do Amazonas (1982), mestrado em Biologia Patologia Buco-Dental pela Universidade Estadual de Campinas (1994),doutorado em Biologia Patologia Buco-Dental pela Universidade Estadual de Campinas (1998), especialização em epidemiologia (CPLMD-FIOCRUZ), pós-doutorado na Universidade de Sheffield-UK. Atualmente é membro do corpo editorial da Revista do Hospital Universitário Getúlio Vargas , revisor dos Cadernos de Saúde Pública (FIOCRUZ) ; é Professor Titular da Universidade Federal do Amazonas. Tem experiência na área de Odontologia, com ênfase em Cariologia e Saúde Coletiva, atuando principalmente nos seguintes temas: cárie dental, epidemiologia, flúor, determinantes sociais em saúde bucal e qualidade de vida relacionada à saúde.

Yan Nogueira Leite Freitas, Faculdade de Odontologia, Universidade Federal do Amazonas, Manaus, AM, Brasil

Graduado, em 2011, pelo curso de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Em 2012 ingressou no mestrado do programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSCol) da mesma instituição. Seguiu com o doutorado, ainda na mesma área e instituição, e que foi concluído em 2018. Apresenta experiência em pesquisas quantitativas, com enfoque na Gerontologia, Bioestatística e Epidemiologia que vêm sendo realizadas desde a graduação, não deixando de pesquisar em todas as áreas da saúde. Foi professor substituto das disciplinas de Cariologia, Clínica Integrada Nível I, Odontologia Preventiva, Odontologia Cultura e Sociedade e Trabalho de Conclusão do Curso I, no departamento de Odontologia da UFRN e, também, no departamento de Saúde Coletiva atuando nas disciplinas de Vigilância em Saúde na Prática Médica, Metodologia da Pesquisa Científica, Saúde da Mulher, Saúde e Cidadania e Políticas de Saúde do Brasil e Rio Grande do Norte. Atualmente, é professor adjunto da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Amazonas na área de saúde coletiva/odontologia social e preventiva.

Rejane Helena Laranja Bandeira, Faculdade de Odontologia, Universidade Federal do Amazonas, Manaus, AM, Brasil

Acadêmica de Graduação em Odontologia pela Universidade Federal do Amazonas (FAO/UFAM). Autora dos projetos de iniciação científica intitulado "Vigilância da Fluoretação da Água de Abastecimento Público em Manaus- AM" e "Equidade na Distribuição de Água Fluoretada na Cidade de Manaus- AM" na área de Saúde Coletiva (2016-2018), "Avaliação das indicações dos exames laboratoriais solicitados nas clínicas da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Amazonas (FAO-UFAM)" na área de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (2018-2020). Envolvida em atividades de extensão relacionadas a biossegurança, estomatologia, ortodontia, cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial; monitora de Clínica Integra I, apresentando como áreas de concentração, cirurgia oral menor, periodontia e cariologia. Atualmente vice-presidente do Centro Acadêmico de Odontologia Herson Lima do Nascimento. Áreas de interesse: Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, Disfunção temporomandibular e dor orofacial, Saúde Pública.

Larissa Neves Quadros, Faculdade de Odontologia, Universidade Federal do Amazonas, Manaus, AM, Brasil

Possui graduação em Odontologia pela Universidade Federal do Amazonas (2017). Mestre em Ciências Odontológicas na linha de Epidemiologia e Promoção da Saúde pela Universidade Federal do Amazonas (2017-2019).

Andressa Coelho Gomes, Faculdade de Odontologia, Universidade Federal do Amazonas, Manaus, AM, Brasil

Possui graduação em Odontologia pela Universidade do Estado do Amazonas (2014). Especialização em Saúde da Família e Comunidade pelo Programa de Residência Multiprofissional da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) (2017). Mestre em Ciências Odontológicas, na linha de Epidemiologia Bucal e Promoção da Saúde, pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) (2019).

Isabelle Ribeiro Barbosa, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal, RN, Brasil

Professora Adjunta da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Farmacêutica, Doutora em Saúde Coletiva, tendo realizado período sanduíche na Universidad de Zaragoza, Espanha. Professora do Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva (PPgScol) (UFRN-Natal) e do Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva (PPgSacol) da Faculdade de Ciências da saúde do Trairi (UFRN- FACISA-Santa Cruz). Realiza pesquisas sobre Desigualdades das condições de saúde e do acesso aos serviços de saúde, com ênfase nos aspectos de raça e gênero.

Janete Maria Rebelo Vieira, Faculdade de Odontologia, Universidade Federal do Amazonas, Manaus, AM, Brasil

Possui graduação na Faculdade de Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Amazonas (1983), mestrado em Patologia Tropical pela Universidade Federal do Amazonas (1996) e doutorado em saúde pública pela ENSP/FIOCRUZ (2010). Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal do Amazonas. Tem experiência na área de Saúde Coletiva, atuando principalmente nos seguintes temas: promoção de saúde, prevenção em saúde bucal, educação em saúde, epidemiologia das doenças bucais e avaliação em serviços de saúde.

Publicado

2020-11-30

Como Citar

Bessa Rebelo, M. A. ., Nogueira Leite Freitas, Y. ., Laranja Bandeira, R. H. ., Neves Quadros, L. ., Coelho Gomes, A. ., Gomes, A. C., Ribeiro Barbosa, I. ., & Rebelo Vieira, J. M. (2020). A fluoretação das águas de abastecimento público: uma análise a partir do princípio da equidade . Vigil Sanit Debate, Rio De Janeiro, 8(4), 93–100. Recuperado de https://visaemdebate.incqs.fiocruz.br/index.php/visaemdebate/article/view/1491