Presença do novo coronavírus (SARS-CoV-2) nos esgotos sanitários: apontamentos para ações complementares de vigilância à saúde em tempos de pandemia

Autores

  • Luís Paulo Souza e Souza Departamento de Medicina, Instituto de Saúde e Biotecnologia (ISB), Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Manaus, AM, Brasil/Programa de Pós-Graduação em Cuidado Primário em Saúde (PPGCPS), Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES), Montes Claros, MG, Brasil / Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESPMG), Belo Horizonte, MG, Brasil https://orcid.org/0000-0002-9801-4157
  • Alexandra Fátima Saraiva Soares Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG), Belo Horizonte, MG, Brasil / Programa de Pós-Graduação em Direito Sanitário, Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESPMG), Belo Horizonte, MG, Brasil https://orcid.org/0000-0002-9894-627X
  • Bárbara Caroline Ricci Nunes Departamento de Engenharia Química, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUCMG), Belo Horizonte, MG, Brasil https://orcid.org/0000-0002-9801-4157
  • Flávia Cristina Rodrigues Costa Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Programa de Pós-Graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos (PPGSMARH), Belo Horizonte, MG, Brasil https://orcid.org/0000-0002-9140-7740
  • Luís Fernando de Morais Silva Programa de Pós-Graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos (PPGSMARH), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil https://orcid.org/0000-0002-3027-1958

Palavras-chave:

SARS-CoV-2, COVID-19, Sistema de Esgotamento Sanitário, Monitoramento do Sistema de Esgoto, Vigilância em Saúde Pública

Resumo

Introdução: A COVID-19 é causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), tendo como principal via de transmissão a respiratória. Contudo, estudos recentes encontraram material genético do SARS-CoV-2 em fezes de indivíduos infectados e amostras de esgotos sanitários, apontando novos desafios. Objetivo: Sintetizar as evidências sobre a presença do SARS-CoV-2 em dejetos humanos e esgotos, discutindo possibilidades de vias de transmissão alternativas da COVID-19. Método: Trata-se de uma revisão narrativa, conduzida em maio de 2020, nas bases Web of Science, Portal de Periódicos da CAPES, Scopus e na Biblioteca Virtual em Saúde, considerando textos em qualquer idioma. Resultados: Até a data das buscas, poucos estudos reportaram a presença do SARS-CoV-2 nas fezes e nos esgotos sanitários. Todavia, os achados sinalizam a importância de incluir esta temática nas discussões no atual contexto de pandemia. No Brasil, dada a incapacidade da testagem em massa, somada às subnotificações e existência de casos assintomáticos, torna-se importante cogitar alternativas que permitam diagnóstico coletivo para direcionar ações em regiões com maior risco de contágio e circulação do SARS-CoV-2. Assim, o monitoramento dos esgotos pode ser uma alternativa, apresentando, também, relevância econômica por requerer menos dispêndio de dinheiro público quando comparado a outras medidas – testes bioquímicos e moleculares ou outras tecnologias duras. Apesar das dificuldades relativas ao saneamento no Brasil, os esgotos podem ser mais uma ferramenta capaz de contribuir nas vigilâncias sanitária, ambiental e epidemiológica da COVID-19. Conclusões: Reconhece-se que este artigo não esgota a discussão da temática, mas avança por trazer dados que podem ser somados às informações já existentes sobre as formas de dispersão do SARS-CoV-2 no ambiente.

Publicado

2020-06-02

Como Citar

Souza e Souza, L. P., Saraiva Soares, A. F., Ricci Nunes, B. C., Costa, F. C. R., & Silva, L. F. de M. (2020). Presença do novo coronavírus (SARS-CoV-2) nos esgotos sanitários: apontamentos para ações complementares de vigilância à saúde em tempos de pandemia. Vigil Sanit Debate, Rio De Janeiro, 8(3), 132–138. Recuperado de https://visaemdebate.incqs.fiocruz.br/index.php/visaemdebate/article/view/1624

Edição

Seção

COVID-19/SARS-CoV-2 Revisão