Análise dos resíduos farmacêuticos recebidos em práticas educativas para promoção do descarte consciente de medicamentos vencidos ou em desuso no estado de Goiás, Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22239/2317-269X.01314

Palavras-chave:

Poluição Ambiental, Uso de Medicamentos, Resíduos de Serviços de Saúde, Gerenciamento de Resíduos, Publicidade de Medicamentos

Resumo

Introdução: Anualmente, entre 10 e 28 mil toneladas de medicamentos são inadequadamente descartados no ambiente pelos consumidores brasileiros, tratando-se de um grande problema em saúde pública e ambiental. A falta de conhecimento da população sobre os impactos gerados é um dos fatores promotores desse cenário. Objetivo: Realizar a caracterização de medicamentos vencidos ou em desuso recebidos em práticas educativas em Goiânia, estado de Goiás, Brasil. Método: Práticas educativas e recebimento de medicamentos vencidos/em desuso aconteceram em junho, outubro e dezembro de 2018 em diferentes pontos de Goiânia (instituição de ensino, parques municipais etc.). Os medicamentos foram caracterizados quanto à forma farmacêutica, classes terapêuticas, atendimento a legislações brasileiras vigentes etc. e encaminhados para descarte ambientalmente correto. Resultados: Foram recebidos 866 medicamentos, dos quais havia predominantemente produtos de origem nacional (98,72%), para uso humano (97,46%), formas farmacêuticas sólidas (75,64%), em desuso (10,16%) ou vencidos (86,26%), e medicamentos industrializados do tipo genérico (26,32%), similar (39,26%) ou de referência (28,86%). Além disso, 17,10% eram amostras grátis, principalmente hormônios sexuais, medicamentos para o aparelho cardiovascular e antibacterianos. Ademais, 7,51% eram medicamentos sujeitos a controle especial (Portaria nº 344/1998), enquanto que 9,12% eram antimicrobianos com necessidade de retenção de receita (RDC nº 20/2011). Sobre os medicamentos classificados nas classes terapêuticas de abrangência da RDC nº 222/2018, foram recebidos 344 (39,72%) unidades, entre eles: antimicrobianos (18,93%), hormônios (14,20%), imunossupressores (6,12%) e antirretrovirais (0,47%). Conclusões: Em vista da grande quantidade de resíduos farmacêuticos caracterizados nesse estudo, evidencia-se a necessidade de promover práticas educativas continuadas com a finalidade de fornecer à população informações corretas e conscientização pública. Além disso, é necessário estabelecer instrumentos legislativos eficazes que promovam o descarte ambientalmente correto de medicamentos vencidos/em desuso presentes em ambientes domiciliares.

Biografia do Autor

João Paulo Araújo Ferreira, Faculdade de Farmácia, Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil

Possui graduação em Farmácia pela Universidade Federal de Goiás (2019/1). Foi Membro fundador e secretário geral da LATox (Liga acadêmica de Toxicologia) - UFG nos anos de 2016 a 2017, vice-presidente em 2017/2 e presidente em 2018. Atuou como voluntário em projeto de extensão no Hospital Veterinario da UFG e foi membro do laboratório de imunologia de 2017 a 2019 (IPSTP - UFG) cuja ênfase se volta em Mecanismos da imunidade natural contra Leishmania spp. Participou em 2019 da I Escola de Inverno em Análises Clínicas e Toxicológicas da Universidade de São Paulo (USP).

Bruna Paula da Cunha, Faculdade de Farmácia, Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil

Aluna de graduação do curso de Farmácia da UFG, Atualmente Monitora da disciplina de Bioquímica Clinica pela faculdade de Farmácia da UFG, DIretora de Comunicação e eventos da Liga acadêmica de Toxicologia (Latox).

Bárbara Gonçalves Rivello, Faculdade de Farmácia, Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil

Possui graduação em Farmácia (2020) pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Fez iniciação científica no Laboratório de Química Farmacêutica Medicinal. Já foi monitora da disciplina de "Introdução à Química Farmacêutica Medicinal". Fez parte como membro da Liga Acadêmica de Toxicologia da Faculdade de Farmácia durante o ano de 2018, assumindo o cargo de vice-presidente no ano de 2019.

Renato Ivan de Ávila, Faculdade de Farmácia, Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil

Graduação em Farmácia (2006-2010), sendo, por três anos, aluno de Iniciação Científica PIVIC e PIBIC/CNPq/CAPES. Especialização em Farmacologia Clínica (2011-2013) e mestrado em Ciências Farmacêuticas (2011-2013). Doutorado em Ciências da Saúde (2014-2018), com Período-Sanduíche na Lund University (Suécia) através do Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior (PDSE) financiado pela CAPES (Julho/2017 - Março/2018 - Edital PDSE nº 19/2016). Durante o período julho-dezembro/2018 foi professor substituto de Toxicologia na Faculdade de Farmácia - UFG. Atua principalmente na área de Inovação Farmacêutica, incluindo temas como modelos inovadores para avaliação de eficácia e segurança de materiais, tais como métodos de testagem in vitro em substituição à experimentação animal e que também mimetizem melhor as reais condições fisiológicas do organismo humano.

Publicado

2020-02-27

Como Citar

da Silva, G. S., Ferreira, J. P. A., Ferreira, L. N., Camargo, L. A. de, Cunha, B. P. da, Rivello, B. G., & Ávila, R. I. de. (2020). Análise dos resíduos farmacêuticos recebidos em práticas educativas para promoção do descarte consciente de medicamentos vencidos ou em desuso no estado de Goiás, Brasil. Vigil Sanit Debate, Rio De Janeiro, 8(1), 22–30. https://doi.org/10.22239/2317-269X.01314

Edição

Seção

Artigo